19/09/2022

Acolhimento e desenvolvimento de competências socioemocionais contribuem com a saúde mental de educadores e alunos

O cenário de isolamento imposto pela Covid-19 foi repleto de incertezas e atingiu todos os setores da sociedade, gerando repercussões na educação. Além do retrocesso no aprendizado, o fechamento das escolas prejudicou a saúde mental de crianças e adolescentes, causando altas taxas de ansiedade e depressão, aponta a Unicef. Se havia alguma dúvida sobre o papel das escolas no desenvolvimento socioemocional das pessoas, a pandemia reforçou como essa função é primordial. Nesse período do Setembro Amarelo – campanha nacional de mobilização pela saúde mental – é importante pensar na saúde mental de alunos, educadores e outros profissionais da educação.

 

Como os ambientes escolares são também espaços de convivência, torná-los um espaço saudável para a escuta de educadores, alunos e outros funcionários é um dos passos para que a gestão possa lidar melhor com as questões socioemocionais, evitando o esgotamento de qualquer um deles. 

 

“O gestor é um ser humano como qualquer outro. Para que ele acolha alguém, ele precisa ser acolhido. Esse acolhimento muitas vezes vai ser feito pela autoconscientização dele. No momento em que ele propõe um ambiente assim, ele recebe também”, explica Emilio Munaro, CEO da Global Me, empresa de consultoria educacional, e ex-vice-presidente de Desenvolvimento Global & Comunicação do Instituto Ayrton Senna.

 

O acolhimento no espaço escolar nunca foi tão urgente para a saúde mental, entretanto, devido ao isolamento social e outros desafios que enfrentamos recentemente, alguns efeitos podem ser observados no comportamento e na saúde emocional de docentes e estudantes. A discussão sobre competências socioemocionais é recente e considera que todas as pessoas possuem cinco macrocompetências: resiliência emocional, engajamento com o outro, amabilidade, autogestão e abertura ao novo. Essas capacidades individuais dos seres humanos de agirem e pensarem diante de fatos e problemáticas precisam ser exercitadas para que as pessoas vivam de maneira cada vez mais equilibrada.

 

Efeitos da pandemia

 

Para Muraro, a característica mais forte da pandemia foi a insegurança,que prejudicou a saúde mental. “As pessoas não sabiam se estariam vivas, não tinha como desenvolver autoconfiança e o maior problema foi a perda da rotina escolar. Não havia o convívio dos alunos. Na escola, eles eram colocados em situações de convivência e tudo isso foi perdido. Os professores não foram preparados para aulas virtuais e, infelizmente, não tivemos o entendimento das autoridades sobre a prioridade da educação. A escola foi a última organização social que voltou para seu restabelecimento. Os jovens estavam envolvidos em seu próprio mundo, sem habilidade para relacionamentos”, afirma Munaro.

 

Ações concretas para acolhimento e saúde mental

 

Segundo o especialista, para instituir mudanças nas escolas, a gestão precisa ter autoconfiança e acreditar que pode promover transformações nas instituições, assertividade e confiança nos profissionais com os quais trabalha. Em seguida, os gestores devem estruturar um plano a fim de definir como esse acolhimento será criado, realizar uma roda de conversa aberta ao diálogo para comunicar à equipe e debater com os educadores quais são os meios de inserir a temática dentro da sala de aula, para que a discussão socioemocional chegue aos alunos. Dessa forma, os educadores podem utilizar poesias, canções e situações para instigar a reflexão dos alunos sobre o assunto, fazendo da escola um porto seguro.

 

Órgãos públicos, como as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, também são alicerces dentro desse processo e devem propor iniciativas para um ensino benéfico para a saúde mental dos profissionais da educação e dos alunos. “É necessário desenvolver mecanismos, mobilizar os agentes públicos para que levem a mensagem de apoio ao gestor e compartilhar isso para que chegue às salas de aula. As secretarias municipais têm o papel de provocar, não há como obrigar as escolas a fazerem isso, mas levar o tema de uma forma sadia, principalmente mapeando as escolas que estão dentro desse contexto cujos gestores estão passando por um momento delicado”, acrescenta Munaro.

 

Instituto GRPCOM oferece apoio para professores com cursos e planos de aula

 

O Instituto GRPCOM entende que a concepção de desenvolvimento integral, apresentada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), passa também pelo desenvolvimento socioemocional, por isso oferece aos professores inscritos em seus projetos materiais gratuitos para auxiliar na construção dessas competências em sala de aula. No canal do Youtube, é possível conferir lives e vídeos sobre o assunto.

 

No site do Televisando você encontra orientações para os familiares (incluindo um e-book exclusivo), além de planos de aula, e na coluna do Ler e Pensar, na Gazeta do Povo, assim como na ConectaLeP (comunidade restrita aos professores participantes) é possível se inspirar com práticas realizadas por professores.

 

Além disso, o IGRPCOM realiza, sem nenhum tipo de custo, diversas ações visando apoiar os professores tanto em sua prática docente, quanto no senso de pertencimento, acolhimento e comunidade. Uma dessas iniciativas é a “Sala dos Professores”, um encontro on-line que serve como espaço de troca e conexão, unindo professores de todo o país em discussão de temas relevantes. 

 

Também são oferecidos cursos e formações que servem de apoio às práticas docentes, o que ajuda a melhorar o desempenho dos alunos e diminuir a sobrecarga emocional dos professores, que se sentem mais preparados. Os materiais são cuidadosamente pensados para a realidade da escola pública, incluindo sugestões práticas de atividades e planos de aula sobre diversos temas. Alguns dos assuntos tratados durante esse ano foram: Avaliação, Planejamento e Ação pedagógica; BNCC; Metodologias Ativas; Uso de mídias e tecnologias; e Alfabetização.

 

O mais recente lançamento é o curso Leitura: O Mundo Além das Palavras, que apresenta estratégias sobre leitura e interpretação de textos. Disponível até o dia 24/10, a formação é 100% gratuita e oferece as ferramentas necessárias para formar leitores em qualquer área de conhecimento ou etapa de ensino.

 

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