Até meados dos anos 80, os estudos na área de comunicação baseavam-se, em grande parte, na Teoria Crítica. Oriunda da Escola de Frankfurt, essa teoria, que teve como principais representantes os pesquisadores Adorno e Horkheimeir, acreditava que os veículos de comunicação (jornais, revistas e cinema) — na época não existia televisão —, se utilizavam de seu alcance e poder para manipular e alienar a sociedade, tornando tudo massificado e homogêneo.
Essa foi uma das razões para que a mídia passasse a ser vista por um viés maniqueísta, pois a população passou a acreditar que a mídia tinha poder sobre as pessoas e determinava, de certa maneira, como agiam, o que pensavam e até mesmo o que falavam.
Mas a partir dos anos 80 as teorias começaram a trazer à tona o poder do consumidor e a sua capacidade de avaliar criticamente os conteúdos veiculados pela mídia, como defenderam os pesquisadores Martín-Barbero, Orozco-Gomez e Dominique Wolton.
Essa teoria, oriunda dos estudos culturais e da teoria das mediações, que empoderavam o sujeito/consumidor de conteúdo ganhou força a partir dos anos 80, e foi a partir daí, que começo um movimento de estudos sobre a mídia, de estímulo à análise crítica e capacidade de escolha da sociedade. Dominique Wolton, pequisador da área de comunicação, já dizia que “não somos moluscos culturais e que temos o controle remoto nas mãos”.
Atualmente a TV está presente em 98% dos lares brasileiros, sendo o veículo de comunicação mais presente no cotidiano dos brasileiros segundo dados do Ibope. Por esse motivo, importante considerar o seu potencial de democratizar informações, de mostrar o que acontece no Brasil e no mundo.
COMO UTILIZAR A TV PEDAGOGICAMENTE
São milhares de pessoas por dia ligadas na tela da TV, que, como dissemos, é a mídia mais acessível e com maior alcance no território brasileiro.
É pela TV que boa parte da população se informa e forma opinião a partir das notícias. Isso se intensificou com a pandemia, pois as pessoas passaram a ficar mais tempo em casa e, assim, o uso da tv se tornou mais frequente.
Com o ensino remoto e o ensino híbrido, o uso das mídias na educação ganhou ainda mais destaque. Lembre-se: ao usar a tv como recurso pedagógico você está criando possibilidades de explorar um aprendizado amplo, incentivando estudantes a serem cidadãos formadores de opinião.
Vamos ver como a televisão pode ajudar você nesse momento de pandemia:
1) Enriquecer o processo de ensino/aprendizagem. Educar com a mídia. Use os conteúdos da TV aproximando-os do currículo de maneira dinâmica para significar o processo de aprendizagem;
2) Educação para cidadania e protagonismo. Educar pela mídia. Quem disse que os jovens precisam ser apenas consumidores de mídia? Eles também podem e devem produzir conteúdo e usar os recursos midiáticos que estiverem ao seu alcance para expressar suas opiniões;
3) Educação midiática. Educar para a mídia, mostrando aos estudantes o caminho da análise crítica dos conteúdos, ensinando-os a duvidar do que veem e ouvem por aí e motivá-los a fazerem escolhas melhores.
A partir disso, como trabalhar com os estudantes para explorar o potencial pedagógico da tv?
1) Solicite aos alunos procurarem conteúdos (matérias, programas de vídeo) sobre assuntos próximos de suas realidades e atuais, como a pandemia. Depois de debater esses materiais durante a aula, peça para que cada um faça um vídeo, como se ele fosse um repórter, repassando os últimos acontecimentos da pandemia em sua região;
2) Use a mesma temática para uma abordagem global. Isso vai contribuir para que o aluno perceba como um mesmo assunto impacta diversos países e populações.
Quer saber como explorar o potencial da TV em suas aulas?
Faça agora mesmo sua inscrição no projeto Televisando e participe de cursos de Formação.
Tags: alfabetização midiática, Educação, ensino, formação para professores, instituto grpcom, projeto pedagógico, projeto televisando, televisando, televisão, tv, uso pedagógico da tv.