13/10/2016

14º Seminário Ler e Pensar agita a Ópera de Arame

A 14ª Edição do Concurso Cultural Ler e Pensar, realizada dia 05 de outubro, na Ópera de Arame, reuniu em torno de 1.000 pessoas entre professores, secretários municipais de educação, patrocinadores, padrinhos e pessoas engajadas em apoio à educação pública para celebrar as conquistas do projeto ao longo do ano de 2016. O evento, permeado pela expectativa das escolas e professoras indicadas para receber os prêmios da noite, todo preparado para proporcionar momentos de reflexão sobre a escola e o papel dos professores do futuro, contou com as palestras dos educadores Marciano Cunha, professor e doutor em educação, e Geraldo Peçanha de Almeida, doutor em teoria literária, escritor de literatura infantil e de livros pedagógicos.

Para Marciano, foi uma oportunidade de transmitir uma mensagem sobre os desafios da educação no século 21, que precisa ter como base a experiência e não apenas a informação. "Foi um momento de estar mais próximo da educação básica e passar conhecimentos com os quais esses professores participantes possam enriquecer ainda mais as suas práticas de leitura e escrita”. Geraldo, por sua vez, procurou mostrar para o professor a importância de se permitir naufragar nos mares do conhecimento e da leitura, ao invés de ter tudo planejado e bem direcionado. Citou Fernando Pessoa, "navegar é preciso, viver não é preciso", para falar da rica imprecisão da profissão de educador. 

Já Ana Gabriela Borges, Superintendente do Instituto GRPCom, ressaltou em sua fala mensagens de esperança e de admiração direcionados a todos os presentes, entre patrocinadores, padrinhos, apoiadores, parceiros do Projeto, professores, secretarias de educação e também aos colaboradores. "A esperança é ressaltada nos livros do nosso amado Paulo Freire como um elo entre o sonho e a realidade; é para ele, e também para nós, um ingrediente indispensável para a mudança que queremos e sonhamos com este projeto", lembrou ela.

Homenagens aos parceiros

Apresentado por Jason Goulart, jornalista da RPC, o evento seguiu com o reconhecimento da importância dos patrocinadores do projeto Ler e Pensar – empresas engajadas na busca de um mundo melhor tendo a educação como foco e que são peças fundamentais para que os jornais cheguem até as escolas participantes. Para Lilian Luitz, do Sesi, “é um privilégio incentivar e implantar o uso da leitura do jornal na sala de aula e fazer parte de um projeto tão inteligente, que leva conhecimento e desenvolvimento para todo o estado do Paraná”. Já para Fernanda Ramos, da Votorantim Cimentos e Instituto Votorantim, "é muito gratificante participar do reconhecimento do trabalho de todos os professores que por meio do Projeto Ler e Pensar trabalham com uma ferramenta de inclusão, de cidadania e de educação”.

Foram homenageados ainda os seguintes padrinhos e apoiadores: Alcion Bubniak, Associação de Funcionários da Kemira, Borges Mânica & Menegat Sociedade de Advogados, BRH Suflex, Caterpillar, CCR Rodonorte, Colégio Rosário, Escritório do Professor Renê Dotti, Escola Objetiva, Faculdades Pequeno Príncipe, Gaia Silva Gaede & Associados, Ibema Papel Cartão, Novamix, Prolik Advogados, Resultado Consultoria e o Sinepe.

Reconhecimento e festa

Diferentemente dos outros anos, em 2016 todas as Secretarias Municipais de educação receberam um troféu pela participação e empenho durante todos os anos do projeto. Já as escolas, 10 foram indicadas e três receberam “menção honrosa” em decorrência do engajamento exponencial nas atividades do projeto. As premiadas da noite foram: Escola Municipal Professora Anita Miró Vernalha, de Pontal do Paraná; Escola Municipal Regente Feijó, de Telêmaco Borba e Escola Municipal Ulisses Guimarães, de Campina Grande do Sul.

A premiação mais esperada da noite, todavia, era a das práticas pedagógicas transformadoras utilizando o jornal como instrumento em sala de aula para alunos de até 11 anos matriculados no ensino fundamental. Nesse quesito, 10 professoras foram indicadas e cinco foram premiadas:
– Ana Lúcia Gerhards Carrico, da Escola Rural Municipal de Estação do Tronco, de Castro;
– Expedita Estevão Silva, da Escola Municipal Augusto Staben, de Campina Grande do Sul;
– Simone de Lima Sewald, da Escola Municipal Arco-Íris, de Almirante Tamandaré;
– Marlene Aparecida Michalski, da Escola Municipal Estação do Tronco, de Castro; e
– Simone Nogueira de Lima – da Escola Municipal Michel Khury, de Curitiba.

A professora Expedita Estevão Silva, por exemplo, utilizou matérias da gazeta do povo para trabalhar cidadania, honestidade e o atual momento político com a turma. Tendo como base os conteúdos do jornal, Expedita fez um riquíssimo resgate de valores, tratando de temas polêmicos com serenidade e bom senso; as crianças realizaram entrevistas no entorno da escola, visitaram órgãos públicos e perceberam que a corrupção está presente em pequenos atos do cotidiano e não só nas manchetes dos jornais. Para ela, o impacto do projeto foi o seu maior prêmio. “O mais importante é o resultado alcançado com os alunos. Não é a primeira vez que eu trabalho com o jornal em sala de aula. Desde o início do Ler e Pensar na minha escola, em 2009, o jornal é uma ferramenta bem importante, pois com ele eu consigo entrar no tema que eu quero trabalhar e trazer os alunos para mais perto, cativar eles por meio de aulas diferenciadas e incentivar a leitura”, conta.

Outra prática simples e altamente mobilizadora foi a utilizada pela professora Ana Lúcia Gerhards Carrico, que aproveitou matérias da Gazeta do Povo para trabalhar a formação do povo paranaense, incentivar a leitura e a criticidade. Aproveitando a passagem da tocha olímpica pelo Paraná, os alunos estudaram ainda a história dos jogos, os atletas paranaenses que nos representaram, visitaram pontos turísticos e acompanharam de perto o revezamento da tocha na cidade de Castro. Para a professora, a premiação mostrou que o trabalho realizado está no caminho certo e deu resultado. Eu estou muito feliz, não só pela premiação, mas pelo que eu vi de mudança nos meus alunos em sala de aula. Eles melhoraram muito. Melhorou a leitura, aumentou o senso crítico, as aulas estão mais dinâmicas e temos registrado menos faltas. Eu acredito muito no Projeto e vou continuar trabalhando com o jornal em sala de aula”, ressalta Ana Lúcia.

O final do Seminário guardou ainda com uma atração especial: a Big Time Orchestra fechou com chave de ouro a festa, apresentando releituras de diversas músicas de artistas consagrados no Brasil e no mundo.  A animação tomou conta do público presente, que cantou e dançou até o final da apresentação da banda.

A seguir, algumas fotos do Seminário 2016: