22/12/2010

Projeto Serviços e Cidadania anuncia novos trabalhos concluídos

 
Elaboração de um site, assessoria jurídica e assessoria contábil. Três serviços relativamente simples para quem trabalha com isso; três demandas custosas para organizações sem fins lucrativos.
 
Neste fim de ano, o projeto Serviços e Cidadania, do Instituto GRPCOM, que visa contribuir para a sustentabilidade de entidades sociais paranaenses, anunciou a conclusão destes serviços e, também, o status da rede de solidariedade lançada no final de maio deste ano e que, sete meses depois, começa a ganhar corpo.
 
Dentre os números, destaque para a quantidade de ONGs cadastradas no projeto (86, no total) e a perspectiva de que, logo no início do ano que vem, seja possível computar novos serviços concluídos, já que vários trabalhos em andamento estão em fase de acabamento ou só precisam ser avaliados para serem considerados finalizados.
 
Caximba agora tem site
 
A Aliança para o Desenvolvimento Comunitário da Caximba (ADECOM) é uma organização civil sem fins lucrativos e “sem vínculo a partidos políticos ou grupos religiosos, criada com o objetivo de representar os moradores do bairro da Caximba, em Curitiba, na defesa e reivindicação de seus direitos e na melhoria de sua qualidade de vida”. Com dez anos de história, a ADECOM tem o “objetivo de promover a cidadania em suas mais variadas formas, com o desenvolvimento de projetos voltados à saúde, cultura, educação, esporte e preservação do meio ambiente”. Mas até este ano, não tinha um endereço virtual.
 
Esta situação de “isolamento tecnológico” começou a mudar quando a jornalista Alina Prochmann se cadastrou no projeto Serviços e Cidadania. Interessada em atividades voluntárias, Alina decidiu aceitar o desafio de, mesmo sem entender de webdesign, desenvolver uma plataforma que fosse funcional para a ADECOM, de maneira que a instituição pudesse, ao menos, publicar notícias a respeito de suas atividades. O site, que não tem custos de manutenção, já está no ar: www.adecomcaximba.wordpress.com.
 
“Eles já pagavam uma hospedagem de um site que nem utilizavam, mas eu achei muito cara e resolvi pesquisar algo mais barato. Daí foi só pesquisar as questões do Aterro e entender melhor o que aconteceu e está acontecendo, tirar fotos… E isso já foi suficiente para colocar as informações no site”, conta Alina. Agora, a ideia é ensinar a equipe da ONG a fazer as atualizações. “Não me importo de continuar atualizando para eles, mas a questão é dar autonomia, para que eu não seja um empecilho quando não puder ajudar”, justificou.
 
Para Jadir Silva de Lima, atual presidente da ADECOM, a voluntária fez até mais do que o esperado. “Ela é bem bacana, ficou empolgada com a nossa temática. A nossa questão é polêmica, por isso estamos tendo bastante trabalho e não conseguimos encaminhar muitos conteúdos no começo, mas agora só falta um ou outro retoque para deixar tudo completinho”, disse ele, satisfeito com o projeto do IGRPCOM: “A gente ainda vai fazer mais ações com vocês”, garantiu. 
 
Cooperativa dentro da Associação
 
Outra demanda encaminhada pela equipe do projeto Serviços e Cidadania foi a da Associação Luz Divina, que solicitou uma orientação jurídica acerca da constituição de uma cooperativa de acabamento gráfico que reunisse e pudesse gerar renda para o público atendido pela ONG. O serviço foi encaminhado para a Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), que fez o atendimento por meio do seu Núcleo de Prática Jurídica. A advogada Silvia Fráguas encabeçou a pesquisa legislativa e formulou parecer enviado à Associação, contendo todos os dados necessários, dentro do prazo requisitado. “A proposta do Serviços e Cidadania é dinâmica e assertiva, houve perfeita integração entre as partes e o nosso Núcleo está disposto a auxiliar, com orientações e pareceres, sempre que necessário e solicitado”, afirmou Silvia, na avaliação enviada por e-mail.
 
Para Giovanna Gabardo, da Associação Luz Divina, o serviço prestado pela UTP foi bastante útil e eficiente: “O atendimento e a solicitude deles me faziam sentir como sefosse uma cliente pagando pelo serviço, mesmo a orientação sendo de graça. Foram diversas pessoas mobilizadas e contatadas para que eu pudesse ter as orientações que recebi, o que foi muito importante porque a gente não sabia nem por onde começar”, explica ela. “Continuem este trabalho maravilhoso, obrigada em nome da ALD”, agradeceu.
 
Dever público
 
No caso da assessoria contábil prestada pelo contador José Eduardo Cordeiro à ONG Um Lugar ao Sol, um projeto social de atendimento e recreação de crianças e idosos moradores de comunidades carentes, o importante foi apagar o “incêndio” das contabilidades atrasadas. Segundo ele, trata-se de uma entidade cheia de carências, com uma estrutura voltada ao serviço, à promoção das ações e que precisava das orientações de um contador. “As documentações até estavam organizadas, mas não havia grande preocupação com as obrigações legais”, descreve José. “Agora eles estão mais antenados”, garantiu.
 
José Eduardo fez a contabilização dos movimentos, a estruturação dos meios contábeis e a encadernação de toda a documentação referente aos anos de 2008 e 2009 da Um Lugar ao Sol. Para tanto, não gastou mais do que uma semana de trabalho, somadas todas as horas em que se dedicou ao serviço – em média, de duas a três horas por semana.
 
“Faz parte de um propósito meu. A gente tem que exercer a profissão até a plenitude, e se o projeto faz bem pras outras pessoas, fico satisfeito. As entidades nem sempre têm recursos para pagar um profissional, faltam recursos para as necessidades básicas. Por isso, se cada profissional do Paraná assumisse uma entidade, não ficaria pesado para ninguém”, conclama o contador. Para ele, “é uma sensação de dever público, que ainda por cima te traz uma experiência e te faz sentir um profissional mais completo”.  
 
Expansão
 
Para 2011, o Serviços e Cidadania será expandido para outras cidades do estado. Se na capital o projeto está se consolidando a fim de se estabelecer um contato ainda mais próximo entre a equipe do Instituto e as entidades sociais, de forma a melhor entender e atender cada demanda, no interior, começando por Londrina e Foz do Iguaçu, o projeto inicia do zero. Por isso, desde já, o IGRPCOM está fazendo um levantamento de possíveis parceiros e ONGs atendidas e uma campanha de mídia está sendo elaborada para facilitar a divulgação. 
 
De acordo com a coordenadora de projetos Ana Gabriela Simões Borges, do IGRPCOM, essa expansão e consolidação do projeto Serviços e Cidadania está alinhada com a missão do Grupo Paranaense de Comunicação, de promover, com a comunicação, o desenvolvimento da nossa terra e da nossa gente. “É muito gratificante para nós do Instituto, e acredito que seja para todos os envolvidos, perceber que simples parcerias como estas podem fazer a diferença. A possibilidade de contribuir com o desenvolvimento, profissionalização e, conseqüentemente, com a sustentabilidade dessas instituições, nos motiva a investir no projeto e em sua expansão para os próximos anos, fazendo com que seus benefícios possam se estender por todo território paranaense”, analisa Ana Gabriela.
 
 
* Nas imagens, Alina e Jadir, da Adecom; a página incial do site da ADECOM; o grupo do Núcleo de Práticas Jurídicas da UTP; o contador José Eduardo Cordeiro; e a ação de Natal realizada no ano passado pela ONG Um lugar ao Sol.