22/11/2011

ONGs são beneficiadas com trabalhos voluntários na área de design

 
 
Três semanas para desenvolver um trabalho social. Esse foi o desafio lançado para designers que durante o mês de setembro adotaram várias ONGs de Curitiba para elaborar projetos de identidade visual, materiais de divulgação, desenvolvimento de produto, design de interior, entre outros. A iniciativa foi promovida pela Associação para o Design do Paraná (Pró Design-PR) e Centro de Design Paraná, com o apoio do projeto Serviços e Cidadania, que indicou as ONGs adotadas.
 
Ao todo, doze organizações foram beneficiadas com o trabalho de empresários, profissionais e estudantes de design. Os projetos concluídos foram expostos na Semana D, evento realizado na capital paranaense na primeira semana de outubro com exposições, palestras, workshops e debates que mostraram a importância do design. “A ação mostrou como o trabalho realizado de maneira colaborativa pode render excelentes frutos, unindo conceitos e valores tão nobres com a criatividade e competência dos designers paranaenses”, explica o presidente da Pró Design-PR, Tulio Filho.
 
Na opinião da designer voluntária Mauren Buest, que dedicou dez horas para desenvolver um projeto de design de interior para o Centro de Ação Voluntária de Curitiba (CAV), a iniciativa é de grande importância para o desenvolvimento das ONGs. “Foi muito bacana, pois conseguimos chegar num resultado dentro do que a ONG precisava”, conta a profissional que dará continuidade no trabalho voluntário e terá seu trabalho incorporado integralmente no projeto da reforma.
 
“Toda a equipe do CAV ficou muito emocionada com o trabalho da Mauren, por ter sido a primeira concretização do nosso plano de reforma da casa”, revela Thiago Soares. Para os diretores da ONG SOVIDA, Eliane Taverna de Souza e Adilson Rubens de Souza, a iniciativa foi “fantástica” já que permitiu que as instituições percebessem a importância e os resultados de um trabalho realizado profissionalmente.
 
Para Vinicius Iubel, da Megabox Design, que desenvolveu um projeto contendo mascote, materiais para apoiadores, layout para carteirinhas e placa de identificação para o Instituto Tibagi, a experiência de aproximação com o lado social do design foi muito satisfatória. “Acreditamos que isso pode e deve se tornar uma constante nos escritórios de design”, afirma.
 
O envolvimento de vários voluntários foi tão grande que alguns projetos ainda estão sendo desenvolvidos. Outros, como é o caso de Mauren e do CAV, serão ampliados e dão indícios de que se transformarão em grandes parcerias. “Conseguimos plantar uma semente, envolver empresas fornecedoras de serviços e mostrar que papel o design pode ocupar no dia a dia destas instituições”, conclui Túlio Filho.
 
Mudança de Cultura 
 
O depoimento de Túlio, sobre a semente plantada com a Semana D, está alinhado ao principal ponto positivo visto pelo coordenador do projeto Serviços e Cidadania, Rafael Finatti. Segundo ele, em princípio, nenhuma das ONGs para as quais os trabalhos foram desenvolvidos teria identificado sozinhas, como prioridade, a demanda pelos serviços variados da área do design. Com a Semana D, no entanto, não só elas viram as possibilidades do que pode ser feito – especialmente com design de produto – como também, efetivamente, poderão se beneficiar bastante daquilo que foi desenvolvido.
 
"Isso nos motivou inclusive a abrir o leque de opções do próprio projeto Serviços e Cidadania, como a inclusão de design de produto entre os trabalhos oferecidos e a ideia de que a lei da economia também pode se aplicar aqui: é a oferta criando demanda e mudando a cultura das ONGs, de pensar somente em captação direta de recursos e/ou campanhas de mídia", comenta Finatti. "Além disso, a oportunidade de alinhar teoria e prática – refiro-me à palestra que promovemos durante a Semana D, sobre estratégias de comunicação – também foi muito elucidativa para todos os envolvidos", finaliza o coordenador.
 
Lista de voluntários e de ONGs beneficiadas
 
Alguns dos trabalhos da Semana D ainda estão em andamento, por isso ainda não foram avaliados – muito embora já entrem na contabilização. Eis a lista dos serviços prestados, as ONGs beneficiadas e os nomes dos designers voluntários: