19/01/2011

O real e o imaginário na mesma sala de aula

 
Com o objetivo de fazer com que os alunos construam um conhecimento significativo de modo que possam conhecer, atuar e modificar a realidade, a professora Suely Goretti Rubbo Coeli, da Escola Municipal Frei Tiago Luchese, abraçou um projeto que muitos podem julgar impossível. “As notícias e as reportagens são como poemas e histórias escritos para que alguém os leia. Assim também acontece com os clássicos da literatura, que desempenham um papel fundamental, pois instigam a leitura e podem ser utilizados de diferentes formas”, explica.
 
Uma dessas formas criadas pela professora é relacionar os clássicos à leitura do jornal. “Começo discutindo com os alunos o que eles conhecem sobre os clássicos da literatura. A seguir, começo a ler um dos textos escolhido e vou fazendo por capítulos. O término de cada aula é sempre um suspense e os alunos fazem suposições sobre o que poderá acontecer”, conta.
 
O estímulo não poderia ser melhor: os estudantes correm para a biblioteca para finalizar a leitura. A relação com o jornal vem a partir do momento em que a professora pede para que os alunos busquem nas notícias, fatos semelhantes aos que foram narrados nas histórias. “Esse trabalho remete à reflexão e análise tanto da história ouvida quanto da notícia que deverá ter semelhança. Além disso, faz com que o aluno traga para a realidade fatos semelhantes aos da narrativa de centenas de anos”, argumenta a professora Suely.
 
O processo de leitura e descoberta não para por ai. Após a leitura da Gazeta do Povo, os alunos separam o texto e apresentam oralmente para a turma. Em seguida, procuram na Gazeta do Povo online as repercussões para o fato e apresentam aos colegas. “Além disso, em alguns momentos, é necessário apoio de outras professoras, para aprofundar o aprendizado”, justifica Suely, que não se intimida e pede ajuda. “Houve uma vez em que nós lemos ‘Ali Babá e os 40 Ladrões’ e encontramos uma notícia que correspondesse à leitura. Mas o interesse dos alunos foi tanto, principalmente com relação ao sistema monetário, que solicitei a continuidade à professora de matemática”, conta Suely.
 
Como resultado, além de leitores apaixonados, a professora conquistou alunos cujos avanços escolares são sensíveis, principalmente na participação, motivação, responsabilidade e interação com os colegas. “O interesse e o desenvolvimento dos alunos é incrível e realmente motivador”, finaliza.
 
* Esta notícia foi publicada na edição nº 143 do Boletim de Leitura Orientada (BOLO), jornal quinzenal com sugestões para o uso pedagógico do jornal, direcionado aos professores participantes do projeto Ler e Pensar.