09/11/2010

Muita emoção no encerramento do projeto Vamos Fazer Teatro

“Acendam as luzes, abram as cortinas…” Esse foi o clima que pairou sobre vários estudantes de Curitiba e Região na semana passada. Nos dias 1, 3, 4, e 5 de novembro o Teatro Parque da Criança foi sede do Festival de peças teatrais realizado pelo projeto Vamos Fazer Teatro.
 
Durante todo o ano, alunos de quatro escolas, duas estaduais e duas municipais, tiveram aulas de teatro, montaram seu grupo de atores e escreveram uma peça para apresentar no festival. Atrás do palco, o coordenador Giovani Cesconetto e o professor de teatro Fernando Bachstein assistiam a tudo com ansiedade. Além deles, toda equipe de atores do Teatro Parque da Criança também apoiava os alunos que estavam em cena.
 
As apresentações
 
Localizado no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, o Colégio Estadual Prof. Flávio Ferreira da Luz recebeu bem o projeto e formou um bom grupo de alunos para as oficinas, nas quais criaram a peça que seria apresentada, além de usarem o tempo para ler, entender, interpretar e aprender bastante. Na apresentação, os alunos mostraram o resultado de tanto trabalho. “É bom ver que vocês se superaram, venceram a timidez e os ataques de risos, isso mostra que vocês são capazes”, afirmou Fernando Bachstein. A peça escrita por eles mostrou as diversas relações e dúvidas do universo adolescente, bem como suas formas de amizade, amor e loucura. “Espero que as luzes do teatro lembrem as luzes da vida que brilham para vocês. O espetáculo já começou!”, disse-lhes Everton Renaud, responsável do Instituto RPC pelo projeto, ao final do primeiro dia do Festival.
 
Hedson Alves                 
Fernando Bachteins, ator e professor de teatro dirige suas palavras aos atores estreantes
que receberam empolgados os conselhos do novo amigo e os aplausos da platéia.
 
 
A Escola Municipal Prof. Herley Mehl, do bairro Pilarzinho, apresentou duas peças muito interessantes, falando sobre os sonhos de amor e de glamour presentes no imaginário de cada pessoa. Guerras, casamentos, festas, trabalho e muitas outras histórias foram os temas tratados pelos estudantes, que mostraram seu preparo cênico e também a relação de amizade e respeito que estabeleceram entre si e com o professor que os acompanhou nesta aprendizagem. Para Caroline Mendes, do Instituto RPC, acompanhar a noite de espetáculos foi uma grande satisfação. Ela agradeceu ao Teatro Parque da Criança, sua equipe de atores, patrocinadores e também o apoio da Secretaria Municipal de Educação, representada pela pedagoga Kátia Lima. No final, Caroline participou ainda da entrega dos certificados para os alunos, professores e voluntários envolvidos no projeto.
 
Pedro Serapio                 
 Em cena, estudantes não perdem a linha dos personagens e são legítimos “Sherlock Holmes” na investigação dos mistérios da peça.
 
A turma da Escola Municipal Professor Erasmo Piloto, do Bairro Alto, apresentou quatro peças repletas de alegria e emoção. Alunos de 5ª a 8ª série participaram com afinco das oficinas, ensaios, redação de textos e tarde de preparação no teatro. As peças apresentadas mostraram mais do que o nervosismo e empenho dos estudantes; mostraram sua forma alegre de ver a vida, uma grande forma de expressão. Para Giovani Cesconetti, coordenador do Vamos Fazer Teatro, “uma das grandes contribuições do projeto é permitir que o aluno seja ele mesmo, sem censura e sem medo”. Os espetáculos apresentados renderam elogios também de Ana Gabriela Simões Borges, coordenadora de projetos do Instituto RPC: “Foi de tirar o chapéu”, contou ela.
 
Marcelo Elias                 
Momentos antes do espetáculo o nervosismo toma conta dos atores-mirins,
mas o frio na barriga não impede a foto com a equipe do Projeto e do Teatro.
 
Em Quatro Barras, os alunos do Colégio Estadual Arlinda Ferreira Creplive se empenharam bastante durante o ano, e foram capazes de transformar seus principais medos em talentos e suas dúvidas em um grito de protesto pedindo respeito. Para Clarice Lopez de Alda, Diretoria-Executiva do Instituto RPC, a peça abriu um importante canal de comunicação com a realidade dos alunos, que falaram de seus anseios e de suas dúvidas. “Todos os pais e professores que estiveram presentes no evento não podem deixar este canal de comunicação que os próprios estudantes abriram se fechar. Devem aproveitar este espaço para se aproximar deles”, sugeriu Clarice.
 
Pedro Serapio                 
 Com a equipe de atores do Teatro Parque da Crianças a turma mostra descontração e confiança para entrar em cena.
 
Enfim, muito mais do que a aprendizagem artística, o que brilhou mesmo nas noites do Festival foi a evolução dos estudantes. Venceram a timidez, superaram medo do público, aprenderam a se relacionar melhor, criando vínculos de carinho e amizade entre si e cultivando o melhor sentimento de todos: saber que são muito capazes.