Quatro regiões do país foram escolhidas para ter as areias da praia testadas no quesito volume de lixo gerado pelos banhistas. No Nordeste, os garis recolheram 800 quilos de lixo na Praia do Futuro, Ceará; 1,5 toneladas na Praia da Redinha, em Natal; 2,5 toneladas de resíduos na Praia da Boa Viagem, Pernambuco; e em Salvador, a limpeza pública retirou mais de 2 toneladas das areias da Praia de Piatã. No mesmo teste, no ano passado, os baianos deixaram 7,5 toneladas de lixo.
No Sul, a praia Capão da Canoa, preferida dos gaúchos, é a que se saiu melhor. Nela, foram recolhidos 700 quilos de lixo. Em Canasvieiras, praia norte de Florianopólis, os banhistas deixaram 800 quilos de resíduos.
Na Baixada Santista foi preciso muito fôlego para juntar 2,1 mil quilos de lixo. Copacabana é a campeã da região Sudeste, com 2,8 toneladas. Comportamento esse que se repete nas ruas: no Rio de Janeiro, todos os dias são recolhidos 3,2 toneladas de sujeira e uma das principais avenidas da capital carioca precisa ser varrida cinco vezes por dia.
Com tanto lixo espalhado pelo país, o trabalho de homens e mulheres que sobrevivem do lixo inspirou o artista Vik Muniz a fazer o documentário “Lixo Extraordinário”, ganhador do Oscar deste ano. No Brasil, são mais de 1,6 mil lixões que recebem por ano cerca de 22 milhões de toneladas por lixo. Destes locais, 72% são inadequados, ou seja, não são aterros sanitários – aqueles que recebem apenas lixo que não pode ser reciclado e nos quais o líquido oriundo da decomposição – o chorume – é tratado. Enquanto os lixões não são transformados em aterros sanitários, a solução é a coleta geral, educação da sociedade e fiscalização para o cumprimento e manutenção da limpeza pública.
Confira aqui, na reportagem de Sônia Bridi para o Fantástico, os tipos de lixo recolhidos nas principais praias e cidades brasileiras e um exemplo bem-sucedido de coleta urbana. E lembre-se: trate as ruas da cidade como o jardim da sua casa ou a sua sala de visitas, não jogue lixo nas ruas.