31/03/2014

Ler e Pensar: professora usa jornal nas aulas de Ed. Física

Trecho da matéria publicada na edição 202 do Boletim de Leitura Orientada (Bolo), do projeto Ler e Pensar.

Toda quarta e sexta-feira é dia de fruta na Escola Municipal Lucídio Florêncio, em Campina Grande do Sul. A ideia surgiu nas aulas de Educação Física da professora Suzana Ceccon de Lima (foto) dentro do projeto “Saúde, Alimentação e Qualidade de Vida” e foi apenas a primeira das muitas transformações que viriam a acontecer na escola e no município.

ler e pensarO ponta pé inicial foi dado com o uso da Gazeta do Povo. Professora há 14 anos, Suzana ainda não havia trabalhado com o recurso e foi incentivada pela supervisora pedagógica Maria Rita Paula de Lima, já que a escola integra o Ler e Pensar desde 2009. A professora começou com as reportagens do caderno de Esporte e editoria de saúde. Ela apresentava as notícias e sugeria atividades de acordo com o interesse dos alunos. Uma delas foi o ‘dia da bicicleta’ em que cada um levou a sua para a escola e participou de um circuito montado. “Estava insegura para trabalhar com jornal, mas eles gostaram e começaram a interagir, traziam reportagens que liam em casa. Foi um grande envolvimento”, observa Suzana.

Parceria

Foi através da reportagem Criança precisa de uma hora de atividade física por dia, de 24/6/2013, que a comunidade local começou a sentir os efeitos do projeto. A matéria citava o Grupo de Pesquisas em Comportamento Motor (Gecom) da PUCPR, que estabelece parcerias com escolas públicas para reprogramar o conteúdo das aulas de Educação Física conforme as necessidades dos alunos. As docentes fizeram contato e conseguiram a parceria.

Os pesquisadores começaram com um mapeamento dos indicadores de saúde, com testes de glicemia, resistência física, pressão arterial, avaliação nutricional e checagem de peso e altura de 380 alunos. Em novembro, entregaram um relatório com o panorama na escola e uma ficha com os resultados de cada aluno. O relatório apontou que 35% deles apresentavam ao menos um dos fatores de risco avaliados. Suzana conta que muitos pais se assustaram com os resultados, mas estavam dispostos a reverter o quadro. O professor líder do Gecom, Claudio Marcelo Tkac, também se impressionou com a receptividade das famílias. “Depois da palestra, nossa equipe ainda permaneceu na escola para dar orientações”, observou.

O projeto, que tem apoio das secretarias de Educação e Saúde de Campina Grande do Sul e já está sendo replicado em outras escolas do município, continua em 2014. Em abril serão repetidos os testes e criada uma proposta de atividades de Educação Física na escola.

Enquanto isso, as transformações só aumentam. “As crianças passaram a se preocupar mais com a alimentação, reduziram o número de lanches industrializados. Os pais estão mais próximos e conscientes sobre a saúde dos filhos”, comenta a supervisora pedagógica. Para Suzana, além de estarem mais motivados e participativos nas aulas, os alunos estão argumentando e opinando mais. Nesse ano ela vai ampliar o uso de notícias para estimular a garotada e criar um jornal para as aulas de Educação Física, com reportagens que os próprios alunos selecionarão.

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