30/04/2014

Ler e Pensar: como instigar e valorizar o aluno

Trecho da matéria publicada na edição 201 do Boletim de Leitura Orientada (Bolo), do projeto Ler e Pensar.

Transpor a sala de aula e apresentar situações em que os alunos possam vivenciar o conhecimento na prática. Esse é o pensamento da professora Janisse Córdova Dornelas da Costa (foto) ao planejar cada ano letivo. Sempre “antenada” à realidade e aos interesses de seus alunos, ela utiliza as notícias há oito anos para dar vida aos conteúdos curriculares e aprofundar temas que despertem a criticidade e argumentação. Até agora, obteve bons resultados. Tanto que já foi entrevistada para uma reportagem da Gazeta do Povo sobre as experiências bem sucedidas. Em 2013, seu projeto “Eu: Cidadão do Mundo!”, ficou entre os dez melhores do Estado no Concurso Cultural do Ler e Pensar. Janisse levou o tema para as escolas onde leciona: EM Wenceslau Braz e EM Senador Enéas Faria. Nesta última, também levou o Ler e Pensar para a Classe Especial, composta por alunos de 8 a 15 anos. As instituições recebem o jornal diariamente, graças aos patrocinadores Instituto HSBC Solidariedade e Associação Comercial do Paraná (ACP). O interesse dos alunos pelos acontecimentos próximos e imediatos possibilitou que ela aprofundasse ainda mais temas como violência, trânsito, pichação, vandalismo e manifestações sociais. “É o que sempre digo: dou o pontapé inicial e depois as atividades vão acontecendo, se multiplicando, se transformando”, diz.

Grafite X Pichação

Para a Classe Especial, ainda não alfabetizada, Janisse lia as notícias para que se familiarizassem com o recurso. Durante as leituras, observava o que mais chamava atenção dos alunos. Pichação, por exemplo, foi tema trabalhado amplamente, até em Matemática, com a matéria “Grafite vira estratégia para evitar pichação”. Como a notícia trazia um gráfico, Janisse pediu que os alunos reproduzissem e interpretassem o recurso, respondendo se a estratégia dos grafites dava resultados. Nas aulas de Geografia, fizeram a observação do local onde vivem. “Trabalhamos a conscientização e a mudança de atitude. As notícias sobre a pichação em nossa cidade foram ao encontro da realidade deles, pois está presente em todos os cantos do bairro; até mesmo nos muros da escola”, conta. Outra iniciativa da professora foi convidar um artista voluntário da cidade para ministrar aulas de grafite nos finais de semana durante o programa Comunidade Escola.

Desafios superados

Um ano letivo rico de atividades e resultados. “No final, o 3º ano estava num nível de aprendizagem tão bom que eu os comparava com o 5º ano. Mostravam mais independência e competência nas atividades”, observou Janisse. As manifestações sociais de 2013 são bons exemplos. A professora conta que os alunos conseguiram sozinhos diferenciar o vandalismo que começa a invadir os protestos das manifestações legítimas. Com a Classe Especial não foi diferente. “Era uma experiência nova para mim, na verdade um desafio. Houve melhora gradativa no desempenho de alunos com extrema dificuldade de aprendizagem e de compreensão de mundo”, avalia. Segundo ela, as rodas de leitura diária do jornal foram essenciais para isso.
 

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