Para a professora Sônia Maria Alvez Domingues, da Escola Municipal Paulo Freire, em Curitiba, trabalhar com o jornal em sala de aula tornou-se necessidade. Ela está com o Ler e Pensar há dez anos, e a cada volta às aulas consegue inovar as práticas, sempre utilizando o jornal impresso e o jornal on-line.
Em 2010, com a ajuda das professoras Andrea Ferreira Da Luz, Ivana Pinotti e Márcia Cassilha, Sônia implantou a atividade “Charge, cartum e tirinha: tô ligado nessa arte!”. A escolha desses gêneros se deu devido ao interesse da turma pela linguagem artística. Ao longo da ação, os alunos conseguiram distinguir os elementos de crítica e de humor. A escola, inclusive acolheu um workshop com o cartunista Paixão, da Gazeta, que encerrou o projeto com chave de ouro. Conclusão: as crianças adquiriram hábitos de reflexão e de leitura sobre os assuntos atuais em geral. O sucesso foi tão grande que a professora decidiu repetir a dose em 2011 e reinventar mais uma atividade.
Ferramenta didática contemporânea
Hoje, na instituição escolar, todos sabem que não se pode mais ignorar a forte relação da mídia com a educação: ambas atuam como formadoras da consciência na sociedade contemporânea. A inclusão digital na escola é também uma temática que recebe destaque nas políticas públicas devido à crescente importância que as novas tecnologias exercem na sociedade nos últimos anos. Foi pensando nessa realidade que a professora Sonia criou o “Jornal, tô ligado nessa Arte”.
O objetivo primeiro da atividade é motivar os estudantes a escreverem melhor através da produção de um jornal eletrônico escolar. Combinando duas formas de utilização do cotidiano em sala de aula — com os projetos Ler e Pensar, da Gazeta do Povo e o Extra, Extra! da rede Municipal de Educação — o trabalho é iniciado com a leitura coletiva do jornal, selecionando notícias e outros elementos que chamem a atenção dos alunos. Em seguida, a turma passa à produção, e simula uma verdadeira redação de jornal em sala. Ali, todos os profissionais devem estar presentes: da produção textual e de imagens (fotos e desenhos), passando pela editoração, até a publicação direta na web. “O grande segredo do funcionamento da redação do periódico eletrônico — assim como qualquer redação de jornal — é criar um ambiente que integre os usuários participantes”, declara a professora Sônia. Outra recomendação é que cada estudante tenha a liberdade de desenvolver a atividade com a qual está mais à vontade: charges, entrevistas, textos, comentários.
Motivação e tecnologia
“Jornal, tô ligado nessa Arte” permite às crianças a reflexão sobre o mundo à sua volta e sobre os assuntos da atualidade, analisando as informações e formulando-as com coerência, mas também viabilizando o acesso à tecnologia digital. A professora Sônia conclui: “a criação do jornal eletrônico na escola facilita o manuseio do conhecimento, desenvolve o senso crítico e criativo do aluno, inserindo-o em diferentes universos da mídia: TV, rádio, revista, jornal e outros. Enfim, é um recurso pedagógico dinâmico e muito motivador”.
* Esta notícia foi publicada na edição nº 156 do Boletim de Leitura Orientada (BOLO), jornal quinzenal com sugestões para o uso pedagógico do jornal, direcionado aos professores participantes do projeto Ler e Pensar.