22/12/2010

Em meio às letras, um aprendizado crítico e cidadão

 
 
Um rápido olhar para a turma da professora Lúcia Medeiros Baldança, do Contraturno Dr. Osvaldo Cruz, em Curitiba, revela alunos comprometidos, atentos e focados à leitura. Uma segunda aproximação mostra que o motivo de tanto interesse é a Gazeta do Povo. E não podia ser diferente. Trabalhando com o Ler e Pensar há mais de 6 anos, a professora conta que já obteve ótimos resultados, inclusive do ponto de vista formal. “Além de contribuições para a oralidade, produção de textos, vocabulário e criticidade dos alunos, a Escola Municipal Osvaldo Cruz teve um significativo aumento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, saltando de 3,8 para 5,1, após um trabalho sistemático com o jornal”, revela. 
 
Foram estes resultados que fizeram com que a professora, ao ser convidada para coordenar o contraturno da Escola Municipal Osvaldo Cruz, mantivesse o crédito no projeto Ler e Pensar e desse continuidade às ações com o jornal. “O uso do jornal no contraturno faz com que o trabalho seja mais coletivo do que na sala de aula convencional e os alunos têm mais liberdade para ler por interesse”, destaca.
 
A coordenadora incentiva as professoras do contraturno a realizarem atividades com o jornal há quase um ano. “Os alunos conseguem interpretar melhor os textos e desenvolvem também uma melhor leitura de mundo, o que dá mais amplitude às atividades pedagógicas”, explica a professora.
 
Este exercício de pensar e ler o mundo lembrado pela professora aconteceu após um trabalho sobre a função social do jornal ao longo da história. Estimulados pela professora Mary Lucia, os alunos discutiram, pesquisaram e debateram a importância do jornal e dos meios de comunicação na sociedade, como formador de opinião e mobilizador social. O trabalho aconteceu após os alunos conhecerem a estrutura do jornal e realizarem a leitura-prazer, descobrindo os diferentes assuntos e textos presentes no jornal. “Essa foi a construção de um trabalho que nos enche de muito orgulho, porque percebemos que os alunos além de terem interesse também se desenvolveram muito, do ponto de vista pedagógico e cidadão”, explica.
 
Mary Lucia avalia que o jornal é um recurso que, quando utilizado com os alunos das séries regulares ou em contraturno pode politizar e influenciar as opiniões frente à realidade. “Há uma mudança na postura crítica dos alunos que procuram mais pelo jornal para lerem e se informarem e com isso ampliam seu vocabulário, melhoram as produções de texto, a argumentação e a visão de mundo”, finaliza.
 
* Esta notícia foi publicada na edição nº 143 do Boletim de Leitura Orientada (BOLO), jornal quinzenal com sugestões para o uso pedagógico do jornal, direcionado aos professores participantes do projeto Ler e Pensar.