A Fundação Oswaldo Cruz divulgou nesta semana os resultados da pesquisa ‘Mortes Evitáveis em Menores de 1 ano’, feita em parceria com o Ministério da Saúde e com pesquisadores de universidades de São Paulo, Minas Gerais e Brasília. Apesar da diminuição de quase 60% da taxa de mortalidade infantil nos últimos 20 anos, a pesquisa revelou um aumento preocupante no número de mortes de bebês prematuros no Brasil: um crescimento de aproximadamente 30%, entre 1997 e 2006.
O dado mais preocupante é que no mesmo período aumentou em mais de 100% os óbitos de fetos ou recém-nascidos afetados por doenças maternas, como a hipertensão arterial e gestacional e infecções urinárias. Ou seja, há falhas no pré-natal. Segundo avaliação de Deborah Carvalho Malta, do Ministério da Saúde, há evidências de que o número de consultas aumentou; no entanto, isto não estaria sendo suficiente do ponto de vista qualitativo.
A pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz teve foco nas chamadas ‘mortes evitáveis’, aquelas que podem ser reduzidas por ações preventivas, como a adequada atenção na gestação e no parto, o combate a diarréias e a subnutrição, o diagnóstico e tratamento de doenças como pneumonia e meningite, e a vacinação. Por causa dessa classificação foi possível descobrir que o maior problema está na qualidade do atendimento pré-natal, apesar do número de consultas ter aumentado entre 2003 e 2008.
Como solução, os pesquisadores desenvolveram um CD-ROM com a Lista Brasileira de Causas de Mortes Evitáveis por Intervenções do Sistema Único de Saúde (SUS), que permite fazer a análise de como está a situação dos municípios. O material foi enviado para as secretarias municipais para que cada prefeitura possa avaliar as áreas que precisam de maior investimento.