A diretora Vera Lúcia Martins de Sousa, da Escola Municipal Walquíria Carneiro Xavier da Silva, em Jaguariaíva, afirma com orgulho: desde 2010, o número de educadores envolvidos no Ler e Pensar quadriplicou! E nesse ano, o trabalho tem trazido cada vez mais motivação à equipe. Prova disso pode ser vista nas práticas das professoras Paula Aparecida Alberge Corrêa e Pércimaris Vitorino. Apesar de não integrar o público alvo do Ler e Pensar, as crianças do Ensino Infantil participaram com entusiasmo de diversas ações criadas pela professora Paula. Por sua vez, Pércimaris, educadora do 3º ano, também adianta: “Quando trabalhamos as notícias do jornal, com informações reais, o aproveitamento da turma é muito maior se comparado, por exemplo, às atividades feitas com situações descontextualizadas”.
Mostra Cultural
Sendo assim, e cada uma com sua turma, ambas as professoras resolveram abordar um tema da atualidade. “Com base nos critérios do Ler e Pensar, desenvolvi um projeto sobre a tragédia que abateu o Japão em março do corrente ano”, conta a Pércimaris.
Muitos alunos já possuíam informações sobre o evento e tudo começou com uma troca de diálogos em sala de aula. Nesse momento, Pércimaris expôs a Gazeta do Povo à turma, que pôde procurar informações mais precisas e atualizadas sobre o evento.
Em seguida, eles foram divididos em vários grupos e fabricaram diversas maquetes reproduzindo a cidade de Sendai após o tsunami e o terremoto. Além disso, produziram cartazes e gráficos com dados retirados do jornal, estudando localização, habitantes e distâncias. Alguns dos alunos tinham suas próprias sugestões de atividades, que foram inclusive realizadas em sala. Ao final, os trabalhos realizados foram apresentados numa Mostra Cultural para outras turmas e para as supervisoras da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes.
Cultura e mobilização
Na sala da professora Paula foi feita uma busca inicial na Internet, com imagens e informações sobre a catástrofe. Nessa etapa, com a utilização de reportagens, Paula ressaltou elementos da cultura do povo japonês, como religião, alimentação e vestuário. “Pudemos elevar a patamares mais eficientes a aprendizagem da leitura, a interpretação, a escrita e sobretudo a possibilidade oferecer mais espaço na sociedade, uma vez que o acesso à informação democratiza e propicia a elaboração de novos conhecimentos”, comemora Paula.
Assim, através da coleta de dados sobre o Japão, a turma pode desenvolver diversas atividades: construção de maquetes, cartazes, confecção de vestes típicas, entrevistas com pessoas de origem japonesa… “Não se pode mais ignorar a relação entre as mídias escrita e falada e a Educação. Ela é formadora de consciência na sociedade contemporânea”, conclui Paula.
* Esta notícia foi publicada na edição nº 159 do Boletim de Leitura Orientada (BOLO), jornal quinzenal com sugestões para o uso pedagógico do jornal, direcionado aos professores participantes do projeto Ler e Pensar.