04/05/2011

Da sala de aula à banca: formação de cidadania

 
Promover a leitura crítica e aproximar o aluno ao veículo jornal. Esses foram os primeiros – e não os únicos – objetivos das professoras Janete Santos Sobjeiro Nery e Eliana Farias Silva, da Escola Municipal José Pedro Cleto, em Jaguariaíva, ao participar do Ler e Pensar nesse ano com o 4º ano. Através do conhecimento aprofundado da estrutura do jornal e do seu caminho de produção até o leitor, elas encontraram uma maneira inusitada de introduzir a informação em sala de aula. A diretora da escola, Glaci Ferraz Taraves, adianta: “Eu, como professora, já participo do projeto faz tempo. As professoras estão bem animadas. O jornal traz informação do dia a dia aos alunos, e as sugestões que vem no BOLO (Boletim de Leitura Orientada) nos ajudam muito”.
 
Para conhecer as partes que compõem a Gazeta, as professoras Janete e Eliana então decidiram criar momentos de troca de opiniões, desenvolvendo um trabalho em equipe prazeroso, sem deixar de ressaltar a importância do convívio coletivo escolar. Um deles, por exemplo, foi a criação da Caixa de Surpresa. Em atividade realizada na quadra de esportes, as crianças foram estimuladas a resgatar as definições dos elementos que compõem um periódico: manchete, editoria, legendas, coluna… “A utilização do jornal como ferramenta complementar de ensino melhora o hábito da leitura, aumenta a assimilação de conteúdos, amplia o vocabulário, estimula o senso crítico e motiva os estudantes. Os alunos percebem qual é o seu papel como cidadãos perante os problemas da sua comunidade, da sua classe e da sua cidade”, declara a professora Janete.
 
Realidade social
Assim, outro objetivo das professoras com o uso da Gazeta foi questionar a realidade social, favorecendo uma formação de opinião sólida que provoque mudanças efetivas de comportamento. Nesse sentido, muitas ações foram promovidas, e a principal delas foi a entrevista com jornaleiros do município. A turma foi dividida em três grupos, e cada um abordou uma banca de jornal da cidade. As perguntas questionavam a profissão do jornaleiro, mas também o público que compra o jornal: de quais estados brasileiros são os jornais vendidos, quais os mais vendidos, qual o perfil dos clientes…
 
Ao final, em turma, os alunos debateram sobre as dificuldades em realizar a pesquisa, e com os resultados obtidos, montaram uma tabela que foi representada através de gráfico.  A professora Janete lembra: “O uso do jornal acrescenta muitos conceitos e reduz preconceitos a respeito das “verdades” que são vinculadas constantemente nos meios de comunicação”.
 
Conclusão
Trazer o jornal para a sala de aula, além de formar cidadãos críticos, reflexivos para desempenhar bem seu papel na sociedade, estimular o aluno a repassar os conhecimentos adquiridos aos pais e demais membros da comunidade. “É por isso que estou inserindo no meu trabalho esse veículo de comunicação tão valioso. As possibilidades não têm fim!”, conclui a professora Eliana.

 * Esta notícia foi publicada na edição nº 156 do Boletim de Leitura Orientada (BOLO), jornal quinzenal com sugestões para o uso pedagógico do jornal, direcionado aos professores participantes do projeto Ler e Pensar.