Os alunos do 3º ano da Escola Lucídio Florêncio Ribeiro, em Campina Grande do Sul, decerto ainda não sabem dirigir; mas já aprenderam muito sobre o comportamento dos motoristas do município. E isso graças ao trabalho com o jornal iniciado pela professora Rosalina do Nascimento.
Antes de qualquer coisa, foi necessário apresentar o problema à turma: a falta de sinalização sobre trânsito nos bairros da localidade. Nessas aulas, Rosalina introduziu uma série de explicações que foram da história do transporte às regras atuais de trânsito – deixando claro que essas últimas não são para motoristas somente, mas também para pedestres! Nessa etapa, a professora contou com o material de apoio sobre sinalização da própria escola.
“Há uma necessidade de prepararmos, desde pequenos, cidadãos conscientes no mundo das rodas e é por meio de ações educativas que vamos reverter os números de acidentes envolvendo jovens”, ressalta a coordenadora pedagógica da escola, Angela dos Santos.
Em um segundo momento, Rosalina percebeu que já era hora de introduzir o jornal em sala de aula. Mas claro que, antes disso, teve de explicar à turma curiosa todas as divisões e os cadernos da Gazeta do Povo, e como era impresso esse tipo de mídia. “Foi assim que trabalhamos com muitas notícias do jornal sobre a temática: respeito, regras e sinais, sinalização. Com essas atividades, estudamos minuciosamente as manchetes e temas atuais que circulam na sociedade, proporcionando aos alunos um contato com o mundo da informação, da leitura e da escrita”, afirma a educadora.
Canal de comunicação
Observando o interesse que o jornal despertou, a turma resolveu criar um painel no qual todos teriam a oportunidade de conhecer cada parte da Gazeta em detalhes. Os próprios estudantes auxiliaram na montagem do mural, que foi chamado de “Jornal: o canal de comunicação de nossa sala de aula”. A cada semana, um grupo de alunos ficava encarregado de fixar as notícias no espaço.
Trânsito feliz
Apesar das práticas ainda estarem em fase de desenvolvimento, muitos resultados já puderam ser percebidos pela equipe pedagógica. Acréscimos efetivos em relação à leitura, à escrita e principalmente em relação à capacidade de entendimento das crianças.
As próximas atividades incluem um trabalho de registro fotográfico nos arredores da escola, que tem movimento e muito transtorno. “Vamos fotografar os pontos de melhoria e levar para a secretaria de transporte, fazer algo para que as mudanças aconteçam efetivamente!”. “É função da escola formar sujeitos letrados no sentido pleno da palavra, e não apenas alfabetizados; assim, a leitura é uma das maneiras de contribuirmos para a diminuição da desigualdade social, ao fornecer a todos as oportunidades e o acesso ao saber acumulado pela sociedade”, conclui, satisfeita, a educadora Angela.