Trecho da matéria publicada na edição 209 do Boletim de Leitura Orientada (Bolo), do projeto Ler e Pensar
A falta de tempo e a correria do dia a dia são os argumentos mais comuns, atualmente, para justificar por que não incluímos uma atividade extra na rotina – como um exercício físico ou novos estudos. Os motivos são verdadeiros, principalmente no meio escolar, que já exige dedicação extra dos professores. Mas, a boa notícia é que tem muita gente por aí mostrando que com um pouco de organização e planejamento, é possível sim incluir um curso de formação na rotina e dar um up na carreira, bem como na qualidade das aulas. Ainda mais quando são cursos como os do Programa de Formação Continuada do Ler e Pensar: a distância e formatados com foco no dia a dia do professor. Deise Abrão, professora da turma especial de Jovens e Adultos (EJA) da Escola Especial Aidê, de Rio Branco do Sul, é uma das 2.970 docentes matriculadas na formação que está comprovando isso.
No projeto há três anos, ela se matriculou nos cursos em 2013, quando uma colega da secretaria municipal de educação comentou sobre a Formação Continuada. “Tive interesse, ela me inscreveu e logo iniciei os cursos”, lembra. Desde então, ela já concluiu os 13 cursos. “Posso afirmar que vale muito a pena se dedicar aos estudos. Uma oportunidade de aprofundamento e enriquecimento para o professor”, garante. Ela também se destaca nos fóruns de discussão da formação. Ativa nos tópicos, Deise compartilha experiências e dúvidas com os colegas, pois acredita que as trocas aprimoram ainda mais seu trabalho.
Cursos específicos do Ler e Pensar também estão atendendo às suas necessidades de atualização profissional. Formada em Pedagogia e com pós-graduação em Psicopedagogia e Formação em Deficiência Mental, ela trabalha há 26 anos com educação especial e está vendo no curso Reflexões sobre Inclusão uma oportunidade de expandir o conhecimento na área. “Acredito que podemos dar cada vez mais bases para que os alunos se sintam seguros e incluídos”, conclui.
Rotina e dedicação
Para conciliar as atividades dos cursos à vida profissional e pessoal, Deise se organizou e, de segunda a sexta-feira, ela dedica 1 hora por dia para os cursos do Ler e Pensar. Nos finais de semana ela estende um pouco os estudos, mas nada que interfira na faxina habitual da casa aos sábados ou no compromisso religioso aos domingos. “Qualquer um pode fazer, basta querer, pois os cursos são de fácil assimilação e estão em um ambiente virtual muito didático”, recomenda.
Na prática
O conhecimento adquirido já está somando na aprendizagem de seus seis alunos. Com idades variando entre 18 e 30 anos, a maioria apresenta deficiência intelectual e precisa de aulas dinâmicas e provocativas para avançar nos estudos. Os cursos do módulo básico (Jornal e suas Possibilidades Criativas e Inovadoras, Alfabetização e Letramento com Jornal, Leitura Crítica da Mídia e Leitura, Interpretação e Produção de texto com Jornal) já contribuíram para isso. “Principalmente, no que se refere à diversificação de temas e das formas como trabalhar o jornal”, observa Deise. Tanto que o projeto sobre Segurança no Trabalho que iniciou neste ano está com atividades variadas. Os alunos pesquisam e fazem leitura de notícias, anúncios e até atividades externas, como a visita a uma loja de equipamentos de segurança.